Todo mês, faltam medicamentos básicos na rede de farmácias dos postos de saúde de Araraquara. A informação é dos próprios funcionários que atendem os pacientes nas farmácias. “Todos os dias, muitos pacientes vão embora sem o remédio que o médico prescreveu, o que pode comprometer todo o tratamento”, contam os servidores.

A lista de medicamentos em falta na Prefeitura é grande, vai desde omeprazol, remédio básico para problemas estomacais, até metformina, para diabetes mellitus. Esta semana, a falta da tira reagente para glicosina (usada para medir o nível da diabete e orientar o paciente sobre a quantidade de insulina a ser aplicada) tomou conta dos noticiários locais, após denúncia do vereador Edio Lopes (PT). Porém, não é só a tira que falta: não tem seringa para aplicação de insulina e também não tem metformina.

Mas a lista é bem maior. Falta, por exemplo, remédio para redução do colesterol, chamado sinvastatina, muito prescrito pelos médicos da rede pública municipal. “É o tipo de medicamento que é procurado todos os dias pelos pacientes. E todos os dias precisamos repetir que não temos para fornecer. Dá pena ver vários idosos bem carentes irem embora sem o remédio”, conta um dos servidores, que prefere não se identificar por medo de represália por parte da Prefeitura.

Outro medicamento em falta nos estoques da Prefeitura é o diclofenaco sódico comprimidos. “O diclofenaco é o único antiinflamatório da rede pública municipal de saúde”, alerta o mesmo servidor.

A lista de medicamentos em falta na Prefeitura é grande, mas a Prefeitura proíbe os servidores de divulgarem a relação. “Isso é mais uma violência contra os pacientes, que são obrigados a vir até o posto de saúde para verificar se temos o medicamento que eles precisam. Se a lista fosse divulgada, evitaria que eles tivessem que vir até aqui. Muitas vezes são idosos bem debilitados”, conclui o trabalhador.