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21/10/2014 11:45 - Autor: Raphael Pena

Calor no estoque de remédios da Prefeitura estraga medicamentos

Especialistas recomendam o descarte dos produtos, mas Prefeitura continua entregando para as unidades de saúde

Termômetro marcava 34º C, bem acima dos 30º C recomendados pelos fabricantes

A temperatura na Central de Medicamentos da Prefeitura de Araraquara chegou aos 40º C na semana passada, bem acima dos 30º C recomendados para armazenagem de muitos remédios e comprometeu todo o estoque que é distribuído diariamente para as unidades de saúde municipais, com exceção dos que estavam em geladeira.

De acordo com a Professora Doutora em Farmácia Thalita Pilon, remédios conservados acima das temperaturas indicadas pelo fabricante não podem ser consumidos e devem ser devidamente descartados. “Eles podem sofrer reações químicas e produzir novas substâncias, às vezes mais tóxicas do que o princípio ativo do remédio, e podem causar efeitos colaterais graves”, alerta.

Em matéria divulgada pelo jornal norte-americano New York Times, Skye McKennon, professora assistente de clínica na Escola de Farmácia da Universidade de Washington, afirma que “uma dose danificada de um remédio crucial, como insulina ou nitroglicerina, pode ser uma ameaça de morte”.

Na sexta-feira, dia 17, o SISMAR foi até a Central de Medicamentos da Prefeitura de Araraquara para confirmar denúncias feitas por servidores. Confira o vídeo. Um dos termômetros marcava 40º C, outro, perto dos remédios, marcava 35ºC às 13 horas. “Mas isso não é novidade”, diz um servidor que prefere não se identificar. “O ex-secretário, Wilson Aravechia esteve aqui em um dia de calor e viu as nossas condições de trabalho. Aparentemente ficou indignado, mas foi embora e nada mudou”, completa.

Até o final da tarde desta segunda-feira, 20, a Central de Medicamentos continuava distribuindo os remédios para as unidades de saúde normalmente. Wilson Aravechia não foi encontrado para responder às acusações.

Além da temperatura elevada, os diretores do SISMAR identificaram outros problemas como falta de condições adequadas de segurança para os servidores e de higiene. O Sindicato registrou tudo e está encaminhando denúncia para diversos órgãos para cobrar soluções, a começar para própria Secretaria de Saúde, mas também para o Ministério Público Estadual, Federal e para a comissão de Saúde da Câmara Municipal.

Trechos do texto de Walecia Konrad, do jornal The New York Times

Para pacientes com doenças crônicas como diabetes ou problemas cardíacos, uma dose danificada de um remédio crucial, como insulina ou nitroglicerina, pode ser uma ameaça de morte. Mas até mesmo remédios comuns podem mudar e adquirir potenciais efeitos danosos, e não é sempre que você pode dizer que houve algum problema apenas olhando para a pílula ou para o líquido, diz Janet Engle, farmacêutica e antiga presidente da Associação Americana de Farmacêuticos.

Skye McKennon, professora assistente de clínica na Escola de Farmácia da Universidade de Washington, conta que, quando alguns antibióticos decaem, podem causar danos ao estômago ou aos rins. A aspirina, quando comprometida, pode causar mais do que apenas um desconforto estomacal. A hidrocortisona pode separar-se no calor e se tornar ineficaz.

Qualquer tipo de fita para testes diagnósticos, como aquelas usadas para testar os níveis de açúcar no sangue, gravidez ou ovulação, é extremamente sensível à umidade. Se a umidade grudar nas tarjetas, ela dilui o líquido de teste e pode gerar leituras e resultados falsos.

Medicamentos para a tireoide, contraceptivos e outros que contenham hormônios são particularmente suscetíveis a mudanças de temperatura. Esses compostos frequentemente são baseados em proteínas e, quando as elas esquentam, mudam suas propriedades.

Cuidados especiais também deveriam ser tomados com insulina, medicamentos para convulsões e anticoagulantes, diz McKennon. “Pequenas mudanças nas dosagens de remédios como esses podem fazer uma diferença enorme para a saúde”, diz.

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