A pequena estrutura física da UPA Central de Araraquara não deu conta do número de pacientes que procuraram atendimento de urgência nesta quarta-feira. Com o fechamento da UPA da Vila Xavier, o movimento da UPA Central quase dobrou, provocando superlotação e demora frequentes. Nesta quarta-feira, a situação foi agravada por causa da recusa da Santa Casa em abrir vagas para os pacientes que deveriam deixar a UPA para serem internados.

O SISMAR foi chamado para acalmar a população, que já estava agredindo verbalmente os servidores. Os diretores do Sindicato, Agnaldo Andrade e Marcos Zambone, conseguiram contornar a situação conversando com os usuários que esperavam atendimento há até cinco horas.

A lotação era tanta, que pacientes foram colocados em leitos improvisados na sala de observação enquanto outros aguardavam até em cadeiras de rodas. Um adulto ficou em observação em uma das salas da pediatria. Pacientes esperavam em pé nos corredores. Enfermeiros e médicos trabalhavam sob pressão total em meio a tudo isso.

Até ambulâncias do SAMU ficaram paradas várias vezes na tarde desta quarta-feira esperando que suas macas fossem desocupadas pelos pacientes que eram trazidos, mas não tinham leitos para receber atendimento.

A situação começou a se acalmar depois que alguns pacientes foram finalmente internados na Santa Casa, liberando leitos na UPA, e com a chegada de mais dois médicos.

Esta é a segunda vez em quinze dias que o SISMAR é chamado na UPA para acalmar a população que está revoltada e com razão, mas que desconta na pessoa errada, no servidor, que está ali fazendo seu máximo, enquanto a bronca deveria ser dada naqueles que permitiram que a situação chegasse a esse ponto. “Enquanto os quase 20 leitos e poltronas da UPA da Vila Xavier ficam ociosos, o chão vira refúgio de pessoas que buscam a saúde pública de Araraquara”, lamenta o presidente do SISMAR, Valdir Teodoro Filho.

O Ministério do Trabalho está investigando as condições de trabalho nas UPAs a pedido do SISMAR. Duas audiências já foram realizadas. Mais informações sobre este assunto você encontra no site do SISMAR (www.sismar.org.br).